Quadrinho: Liniers
As vezes pego-me pensando no futuro, sabendo que olho para um escuro incerto. Sim; não pensem que sou louca (ou será que sou?), posso até estar enganada.
Olho o futuro com olhos de insegurança, e o medo dói.
Meus sonhos assombram-me, meus devaneios enloquecem-me, e a insegurança corrói. Olho o futuro como um abismo profundo: apavoro-me, temendo a queda, porém igualmente sou tentada a lançar-me .
O que escrevo transporta-me a um mundo ainda inesperado, o que vejo não se parece em nada com o que enxergo, o que eu sinto ainda não foi decifrado. Minha mente mórbida e insana vê mais do que deveria, do que lhe é permitido enxergar.
Sou como a lua em meio a imensidão do negrume, como cada estrela solitária no vazio céu, como o azul do mar que banha mais do que se vê, sou o que ninguém pode entender.
Tenho medo, e da mesma forma anseio, que meus sonhos incrédulos tornem-se realidade. E a cada pensamento que passeia vago em mim não me torno menos confusa, pois sou o que nem mesmo eu sei descrever.
Lays Silva
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