Músicas

domingo, 24 de abril de 2011

Existência!



A gente vai por ai, existindo.
Deixando pedacinhos de nossos sonhos serem levados pelo vento, apagados pelo tempo.
E a vida passa.
E a gente vai vivendo, apredendo, evelhecendo...
E fantasiando, principalmente, por que, lá no fundo, ninguém gosta da realidade.
Vamos escrevendo o nosso próprio livro, realizando-nos em contos, pintando nossa própria tela, cineastras da realidade inventada, cantada, valssada, sonhada.
Machados, Picassos, Almodóvar's, Caetanos...
Não!
Nada disso, desses e aqueles.
Sendo o que simplismente queremos ser.
Nós mesmos.

Lays Silva

Plena



Sentir-me assim, para sempre, com aquele sentimento de sucesso, de felicidade, de dever cumprido, tendo, apenas, acordado e dormido. Sentir-me rainha do mundo, estando de pijama, rindo de um filme bobo na TV. Escrever minhas bobagens, e achar ser a mais nova poetisa do século. Sentir o sol logo pela manhã, e , perceber a vivacidade em mim. Sentir que nada me faria mais feliz do que estar aqui, ou ali, vivendo, mesmo com as dificuldades, mesmo que eu cresça, envelheça, padeça, mas ter a certeza de que simplismente vivi, de que fui ao fundo do poço que há em mim,que me descobri, e que não pude desvendar o mundo, mas que tentei. E, absolutamente, sentir-me agradecida, pela existência que me fora concedida.

Lays Silva

terça-feira, 12 de abril de 2011

...



O corpo gritava, - nos olhos, nos toques e gestos-, em um protesto mudo, não sabia como vocalizar sua angústia. Era como se sua boca, fosse tapada, sufocando com ela os berros de horror, medo, dor, aflição, agonia, e depois de um tempo, até mesmo a própria alegria. Tornou-se impassível a tudo a todos, a ela, a seus próprios sentimentos. Estóica, austera. E se antes ficava alegre por nada, e triste por motivo algúm, hoje mostrava-se dura, na verdade não mostrava nada, fora degolada, estrangulada, esquartejada, enjaulada e ela própria arrancou os olhos, costurou os lábios, tapou os ouvidos, e viveu, e sobreviveu, sem ter, ao menos, a chance de berrar, como fera faminta. Morreu de fome.

Lays Silva

quarta-feira, 6 de abril de 2011

"...e viveram felizes para sempre..." {O 'para sempre' não é mais como antes!}

'Os monstros 'embaixo da cama agora me fazem tomar chá com biscoitos antes de dormir, meu 'Anjo-da-Guarda' joga cartas com o 'Bicho Papão', o monstro do armário? Esse não deixa nem que eu toque nas roupas, tem mania de perfeição e organiza tudo por cor, 'Papai Noel' foi pras Bahamas, 'coelhinho da páscoa' comeu meu chocolate, o amigo imaginário arranjou namorada imaginária e foi viver a vida, a bruxa agora dá aulas de voo na vassoura para duendes e ensina as fadas a fazerem sopa, o 'homem do saco' cansou de viver como mendigo, abriu uma loja de departamento, loja essa onde o 'Chuck' foi vendido na liquidação. O príncipe, coitado, chora, a fuga da princesa com o 'Lobo mau' (não pela princesa), as 'assombrações da noite' decretaram greve e, no momento, só trabalham de manhã. Cadê, o buraco da Alice, pra eu me enfiar? Esquece! Virou depósito de lixo. E o herói bondoso pra me salvar? Apaixonou-se pelo vilão, e foram viajar pela Europa, Chapeuzinho é delinquente, lobisomem virou cachorro de estimação de madame, Saci, a conselho da Iara, colocou prótese, Peter Pan cresceu, agora é pai de família, Pequeno Príncipe entrou em depressão, morreu a sua rosa... E viveram felizes para... Sempre?  


Lays Silva