Músicas

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

"A verdade sobre a nostalgia"


Tenho medo da intimidade... Muito porque, talvez eu tenha medo de sentir saudade, de doer na alma, de parar por medo... Ou que me descubram de verdade, que consigam completar minhas frases, entender meus gostos meus medos anseios... Ou de não entender nada e apenas estar ao meu lado, por puro desejo em estar - em verdade ser me amedronta ainda mais ...
Quem 'é' comigo, tem meu coração em mãos: deixá-lo cair, um aperto mais forte, nada disso angustia mais que pensar que podem cansar-se de segurá-lo e tê-lo nos cantos, na escrivaninha, na gaveta, fora de vista.... A solidão me dói tanto quanto o medo, que amedronta quanto a saudade, que saúda quanto a dor.... e amo.


Lays Silva

Cura


O que se passa em mim... tão inteira quanto incompleta?
Em um corpo inteiro hão de haver buracos profundos, eternos...
De alma esburacada, peito inflado, mente escancarada, boca um tanto calada...
Escondo-me numa das crateras dali; talvez se fechem...

as crateras não as feridas


Lays Silva

terça-feira, 12 de novembro de 2013

DOR


Hoje minha dor foi eterna
Hoje minha dor foi inteira
Passeou cada canto do meu corpo adormecendo de eternidade cada caco da minha carne
Hoje eu fui rasgada
Faltou ar
Faltou chão


O que fui ontem 

terça-feira, 1 de outubro de 2013

- álogos

 ... e hoje o que menos quero é saber o que há por trás das palavras ... menos quero falar, menos quero dizer {abrem-se parênteses} falar; fala-se com o estalar da língua no céu | dizer; digo com o vibrar orgásmico do corpo, com o brilhar opaco dos olhos, com o tintilar mudo do peito {deixo ainda os parênteses abertos; fechá-los pra que?}
    Então deixe-me desvendar a falta de palavras, carbonizá-las, 'saliviá-las'  

Lays Silva 

terça-feira, 16 de julho de 2013

Entre Atos



— ... deixa eu ver a cor do meu batom na tua boca e sentir o gosto do teu perfume...
— ... então vem; vem juntar tua alegria com a minha e sermos inteiros juntos...

Fez-se mar...
Fez-se amor...
Faz amar...

Lays Silva

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Tanto Talvez...


Talvez os cantos sirvam mais que pra juntar poeira... 
Talvez sirvam para guardar segredos, lembranças... 
Talvez cantos sejam guardados na garganta para serem recontados – recantados... 
Talvez nesse recanto onde se guardam tantos, durmam os cantos mais belos já cantados – e pelas mentes menos prováveis...


Lays Silva

domingo, 9 de junho de 2013


...e eu esperei você, antes mesmo de eu ter noção do que é esperar, antes mesmo de saber como (o que, na verdade nunca aconteceu, isso de eu saber esperar). E eu espero por você, todos os dias, embebida no frio dos dias quentes, ancorada num fio de esperança sobre o infinito translúcido desse sólido, porque para mim solidão é isso: um paradoxo tão opaco quanto transparente, que mesmo guardado num momento ínfimo torna-se tão eterno e palpável, tão dilacerador quanto abstrato. E eu esperarei por você, ainda sabendo {confiando} que você nunca virá {que você virá}...

Lays Silva

quarta-feira, 1 de maio de 2013

O basta


Às vezes as palavras não comportam os sentimentos, o paladar rejeita as interrogações, os olhos se cansam da obscuridade e a única opção é gritar ao mundo. Ditar o verbo escondido e beijar a vida de língua.

Lays Silva

sexta-feira, 15 de março de 2013

DESABAFO NO FIM


As pessoas se acham no direito de criar uma imagem sua, uma perspectiva e nutrir expectativas sobre tal para depois julgarem severamente a própria criatura....


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Página qualquer


Foto via: (http://bunnypatronus.tumblr.com/post/39476177832/hanna-dir-joe-wright-2011)

... e o vento serpenteou sua língua gélida pela pele pálida e uma onda de energia, quase mística, aprofundou o beijo cálido do toque... o corpo era escameado pelos arrepios e esses tornavam-na sereia; deusa do mar. Envolta por aquele torpor era tão infinita... e o vento tocou-na como toca o mais belo dos instrumentos, tirando dela os mais doces sons, as mais suaves melodias...


Lays Silva

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Entra e senta



Foto via: (http://bunnypatronus.tumblr.com/post/41123854755)



Se quiser entrar, entre sem  bater, sem pedir licença. Entre do seu modo: decore o seu espaço, conquiste o seu recanto , edifique seu paraíso. Acomode-se, pois esse é o lugar onde se pode ser quem é, sem julgamentos. Instale-se e  tome para si o que lhe é de direito desde a sua conquista: os abraços, os beijos, as lágrimas, os sorrisos, as palavras, o conforto, os sonhos - e a realidade - pois esse é um lugar de chão e nuvens. Esteja preparado para dividir: neste espaço tudo é de quem o habita, repartido e por inteiro. Peço apenas que respeite-o - e aos que o habitam também - que seja verdadeiro, autêntico, para que assim meu (seu) coração possa durar mais que apenas uma vida - talvez a eternidade por traz do finito.

Lays Silva

MÚSICA


Foto via: (http://raissasarquis.blogspot.com.br/2011/09/musicalidade-da-musica.html)

Deliciante é a cor dos teus acordes, a maciez do teu toque, a delicadeza do teu som. Deliciante é o que a tua melodia fabrica em minh'alma sedenta de alma, é o que faz vivo o meu silêncio e me toca no tom exato do dom.

Lays Silva

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Invisível


Foto via: (http://www.tumblr.com/tagged/asleep%20the%20smiths)

Meus dentes tremem em um tintilar irritante e nessas horas mergulho-me, tão profunda quanto pateticamente, para perceber uma eternidade rufando em meu peito numa velocidade lenta e agonizante. Volto ao início de tudo ao início de onde nada se inicia, de onde o nada impera... onde impera tudo e tudo é sempre é infinito, refutável, indispensável - e a música ressoa: tão forte tão lenta tão perto, ela abraça-me e beija-me com a delicadeza de um furacão que devasta e deixa silêncio e deixa paz e deixa dúvida: nesse momento sinto-me eterna, musicada, valssada, recitada pelos mais belos, sinceros e intimidadores lábios; tão eterna quanto o ontem tão presente quanto as palavras... Não sou eu - fui eu.

Lays Silva

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013


Hoje eu gostaria de esquecer. Dormir e acordar sem pesadelos ou sonhos. Viver pelo simples fato de existir e esquecer a eternidade na morte. Gostaria de esquecer de mim, do que fui ou possa ser; esquecer que tenho a escolha de ser algo, de ter algo, esquecer de ser obrigada a escolher lados e ter que esconder sorrisos e lágrimas. Quero mortos os ideais, hibernar o ímpeto de ser, perdoar a eloquência do amar. Quero a leveza do corpo ao despertar e o peso do  mundo inóspito no fardo da cama. Quero não pensar, não ser, não ter... apenas existir. Só hoje...

Lays Silva   

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Toda


Foto via: ( http://livroecafe.com/2012/11/01/conexao-maluca-virginia-woolf-e-calvin/ )

A canção dissolveu-se no ar; os lábios sugaram todo o amargor causado pela angústia e os pontos brilhantes no céu, dantes vãos, carregavam a culpa de serem confidentes...

Lays Silva

Mercê


Foto via: (https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh35-9kD7p5uTQB3-iA26elfxNjIUjwQg0TB09R1VX8z2Xk4etayJCuSV-kniToqpdnqZgNM0ercxI45HUym212hBP_bbbB6h33t-xU0y0fj6glw3L83Nx00qXZMorqnNydonCr9KDAVfs/s1600/vento.jpg)

O vento ainda sussurra segredos inconfessáveis aos meus ouvidos e me toca a pele com a sutileza de trancafiá-los nos mais íntimos dos porões: os olhos.

Lays Silva  

Errar


A ordem de hoje é o "erre". De reciclar ideias, conceitos, erros; de reduzir mágoas, angústias, maus hábitos; de reutilizar experiências, exemplos. Fazer dos erros honras e de tudo aprendizagem.

Lays Silva 

Silêncio


Foto via: (http://ufanisi.blogspot.com.br/2012/07/o-mar-serenou-clara-nunes.html)

Tudo está tão, estranhamente silencioso - por fora e avesso - e eu não tenho nem coragem de macular esse corpo tépido de serenidade e esse estado mental tão, raramente, calmo. O mar revoltoso de dentro é agora apenas mar.

Lays Silva